quinta-feira, 26 de agosto de 2010

História de Persefone


Na mitologia grega, Perséfone ou Coré corresponde à deusa romana Proserpina ou Cora. Era filha de Zeus e da deusa Deméter, da agricultura, tendo nascido antes do casamento de seu pai com Hera.

Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão. Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a levando-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.

Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Deméter, junto com Hermes, foram buscá-la ao mundo dos mortos (ou segundo outras fontes, Zeus ordenou que Hades devolvesse a sua filha). Como entretanto Perséfone tinha comido algo (uma semente de romã) concluiu-se que não tinha rejeitado inteiramente Hades. Assim, estabeleceu-se um acordo, ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Coré, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. Este mito justifica o ciclo anual das colheitas.

Perséfone é normalmente descrita como uma mulher de cabelos claros, possuidora de uma beleza estonteante, pela qual muitos homens se apaixonaram, entre eles, Pírito e Adônis. Foi por causa deste último que Perséfone se tornou rival de Afrodite, pois ambas disputavam o amor do jovem, mas também outro motivo era porque Afrodite tinha inveja da beleza de Perséfone. Embora Adônis fosse seu amante, o amor que Perséfone sentia por Hades era bem maior. Os dois tinham uma relação calma e amorosa. As brigas eram raras, com exceção de quando Hades se sentiu atraído por uma ninfa chamada Menthe, e Perséfone, tomada de ciúmes, transformou a ninfa numa planta, destinada a vegetar nas entradas das cavernas, ou, em outra versão, na porta de entrada do reino dos mortos.

Entre muitos rituais atribuídos à entidade, cita-se que ninguém poderia morrer sem que a rainha do mundo dos mortos lhe cortasse o fio de cabelo que o ligava à vida. O culto de Perséfone foi muito desenvolvido na Sicília, ela presidia aos funerais. Os amigos ou parentes do morto cortavam os cabelos e os jogavam numa fogueira em honra à deusa infernal. A ela, eram imolados cães, e os gregos acreditavam que Perséfone fazia reencontrar objetos perdidos.

Conta-se, ainda, que Zeus, o pai da Perséfone, teve amor com a própria filha, sob a forma de uma serpente. Preciosas informações retiradas de antigos textos gregos, citam que Perséfone teve um filho e uma filha com Zeus: Sabázio e Melinoe era de uma habilidade notável, e foi quem coseu Baco na coxa de seu pai. Com Heracles, teve Zagreus. Perséfone, com Hades, é mãe de Macária, deusa de boa morte.

Apesar de Perséfone ter vários irmãos por parte de seu pai Zeus, tais como Ares, Hermes, Dionísio, Atena, Hebe, Apolo, entre outros, por parte de sua mãe Deméter, tinha um irmão, Pluto, um deus secundário que presidia às riquezas. É um deus pouco conhecido, e muito confundido como Plutão, o deus romano que corresponde a Hades. Tinha também como irmã, filha de sua mãe, uma deusa chamada Despina, que foi abandonada pela mãe de ambas ao nascer. Por isso ela tinha inveja da deusa do mundo dos mortos, até porque Demeter se excedia em atenções para a rainha. Em resposta, a filha rejeitada destruia tudo que Perséfone e sua mãe amavam, o que resultaria no inverno.

A rainha é representada ao lado de seu esposo, num trono de ébano, segurando um facho com fumos negros. A papoula foi-lhe dedicada por ter servido de lenitivo à sua mãe na ocasião de seu rapto. O narciso também lhe é dedicado, pois estava colhendo esta flor quando foi surpreendida e raptada por Hades.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

História de Tifão


Tifão , é um deus da mitologia a quem imputavam os gregos a paternidade dos ventos ferozes e violentos.

Era filho de Gaia e de Tártaro.

No sincretismo com o mito egípcio de Osíris, Tifão era identificado com o gigante Seb, responsável pela seca do Nilo e deus da morte, e que por inveja da fecundidade daquele o matara, sendo vingado por seu filho Anúbis (identificado com Apolo).

Junto à esposa Equidna foi pai de vários dos monstros que povoam as aventuras de heróis e deuses, como o Leão de Neméia, combatido por Hércules, a Hidra de Lerna ou a Esfinge, na fusão com os mitos nilóticos, dos cães Ortros e Cérbero.

Hesíodo descreve-o assim:

"As vigorosas mãos desse gigante trabalhavam sem descanso, e os seus pés eram infatigáveis; sobre os ombros, erguiam-se as cem cabeças de um medonho dragão, e de cada uma se projetava uma língua negra; dos olhos das monstruosas cabeças jorrava uma chama brilhante; espantosas de ver, proferiam mil sons inexplicáveis e, por vezes, tão agudos que os próprios deuses não conseguiam ouvi-los; ora o poderoso mugido de um touro selvagem, ora o rugido de um leão feroz ; muitas vezes — ó prodígio! — o ladrar de um cão, ou os clamores penetrantes de que ressoavam as altas montanhas."

Gaia, a Terra, para vingar a derrota de seus filhos pelos crônidas na Titanomaquia, uniu-se a Tártaro e gerando Tifão, identificado como a personificação do terremoto. Morava numa gruta, cuja atmosfera envenenava com vapores tóxicos.

Era tão grande que sua cabeça tocava os astros celestes e suas mãos iam do Oriente ao Ocidente. De sua boca cuspia fogo em torrentes, e lançava rochas incandescentes aos céus.

A fim de dar cabo à vingança materna, Tifão começou a escalar o Monte Olimpo provocando a fuga dos seus moradores todos; os deuses se metamorfosearam em animais e fugiram para o Egito (razão pela qual, segundo os gregos, esse povo dava aos seus deuses configurações zoomórficas).

Do Egito Zeus veio a se refugiar no Monte Cássio, na Síria, local em que enfrentou o gigantesco inimigo. Dali atingia Tifão com seus raios mas este consegue derrubá-lo e, com uma harpe, cortou-lhe os músculos dos membros e deles fazendo um pacote que guardou numa pele de urso. Os raios e os membros amputados foram confiados a Delfim - um dragão - no antro córciro, na Cilícia.

No ataque Tifão invocara todos os dragões que, tantos eram, escureceram o dia. Tendo perdido seus raios Zeus propusera a Cadmo que, disfarçando-se em pastor, fizesse uma choupana e, com o som de sua flauta, atraísse o monstro. Nonos assim registra o episódio: "Canta, disse-lhe ele, Cadmo; tornarás a dar aos céus a primitiva serenidade. Tifão arrebatou-me o raio; só me resta a égide; mas de que pode valer-me contra as poderosas chamas dos raios? Sê pastor por um dia e sirva a tua flauta para devolver o império ao eterno pastor do mundo. Os teus serviços não ficarão sem prêmio; serás o reparador da harmonia do universo e a bela Harmonia, filha de Marte e de Vênus, será tua esposa."

Atraído pela música, Tifão se aproxima; Cadmo (noutros mitos teria sido Hermes) finge estar assustado com os raios e o monstro, para acalmá-lo, deixa os relâmpagos numa caverna onde Zeus, fazendo baixar uma nuvem para não ser percebido, recupera suas armas e músculos.

De posse novamente se seus poderes, Zeus força Tifão a fugir para o monte Nisa onde as Parcas dão-lhe de comer, pois estava esfomeado, frutos que lhe diminuem a força. Ainda em fuga chega à Trácia onde pelo tanto do sangue derramado deu nome ao monte Hemos.

Ainda perseguido, vai Tifão para a Sicília e depois Itália onde Zeus, concentrando todas as forças, fulmina todas as cabeças do monstro que cai sobre a terra com estrondo, morto.

Vários monstros tiveram atribuída a paternidade a Tifão e sua esposa Equidna, nascida de Crisaor que, por sua vez, nascera - assim como Pégaso - do sangue derramado por Medusa.

* Esfinge, monstro que levara terror a Tebas e derrotada por Édipo.
* Ortros, cão de guarda do rebanho de Gerião, morto por Hércules.
* Leão da Neméia, também morto por Hércules, foi transformado em constelação.
* Hidra de Lerna, em cujo sangue Hércules embebeu suas setas para que seus ferimentos fossem incuráveis, após derrotá-la com ajuda de Iolau.
* Cérbero, guardião da entrada ao Hades.
* Quimera.
* Dragão da Cólquida.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Deuses principais.

Os doze deuses olimpicos principais:

1.Zeus: Rei dos deuses e governante do Monte Olimpo; deus do céu e das tempestades. O filho mais novo dos Titãs Cronos e Reia. Símbolos: o raio e a águia.

2.Hera: Rainha dos deuses. Deusa da casamento e da maternidade. Símbolos: o pavão e a vaca. Filha de Cronos e Reia. Mulher e irmã de Zeus.

3.Poseidon: Deus dos Mares; dos terramotos e dos cavalos. Símbolos: hipocampo e tridente. Filho de Cronos e Reia. Irmão de Zeus e Hades.

4.Atena: Deusa virgem da sabedoria, ofícios e estratégia militar. Símbolos são a oliveira e o mocho. Filha de Zeus, de acordo com algumas tradições, com Métis.

5.Ares: Deus da guerra. Símbolos incluem o javali e a lança. Filho de Zeus e Hera.

6.Deméter: Deusa da fertilidade, agricultura, natureza e estações do ano. Símbolos: papoila. Filha de Cronos e Reia, irmã de Zeus.

7.Apolo: Deus do sol, da cura, da música, poesia, profecia e do tiro ao arco. Símbolos incluem a lira e o arco. Ártemis é sua irmã gémea. Filho de Zeus e de Leto.

8.Ártemis: Deusa virgem da caça e da lua. Símbolos incluem o veado e o arco. Irmã gémea de Apolo, filha de Zeus e de Leto.

9.Hefesto: Ferreiro dos deuses; deus do fogo e da metalurgia. Filho de Zeus e Hera ou, de acordo com algumas tradições, apenas de Hera.

10.Afrodite: Deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Filha de Zeus e de Dione ou, noutras tradições, de Urano. Símbolos incluem a pomba.

11.Hermes: Mensageiro dos deuses; deus do comércio e dos ladrões. Símbolos incluem o caduceu. Filho de Zeus e da ninfa Maia.

12.Dioniso: Deus do vinho, das festas e do êxtase. O seu símbolo é a pantera e a videira. Filho de Zeus e da mortal Sémele.


Hades não era geralmente incluído nesta lista. Não tinha assento no panteão porque passava a maior parte do seu tempo nos Infernos. Também costuma aparecer entre os doze: Héstia (entre os romanos, Vesta.) Quando foi dado lugar a Dioniso, o número total de Olímpicos passou a ser treze. Sendo tal número indesejável, e de modo a evitar conflitos, Héstia abdicou do seu lugar entre os doze.